segunda-feira, 13 de abril de 2009

Águas rasas muito profundas

O suor pingou da minha testa. Molhou o chão, dando um leve estalo em minha cabeça. As coisas acontecem e não esperam para isso; elas simplesmente acontecem porque nada é eterno. Estou lidando com isso. Tentando.

Estive tentando muito por um período recente, porque era a única coisa que não podia me frustrar. Se tentei, eu tentei. Não esperava conseguir, não esperava ver cor nessa tela em branco tão rapidamente. Porque, na realidade, tentar só estava escondendo o que eu realmente sentia. Dor.
Ou todos nós escondemos mal ou realmente não se há esconderijo certeiro. As verdades aparecem, as máscaras caem e a exposição ocorre; tudo isso em um pequeno estalo, em um raio que trouxe o trovão. Poucos segundos que nos contam a verdade. Rápida, realmente certeira... Dolorosas são as conseqüências desses míseros segundos; que acabam durando muito dentro de nós.
Durou muito em mim.

Da tinta que secou, ainda posso sentir o cheiro fresco entrar pelas minhas narinas,
Do giz que marca a folha de papel, consigo sentir em meus dedos sujos o material espesso e colorido.
E nada está lá, não existe naquele momento. É irreal, é inventado. Mas ainda traz conforto.
Porque se memórias são piores que as próprias vivências, podem muito bem trazer cócegas por períodos curtos. Se há um lado A, um lado B tem que existir.
Eu ainda lembro do por que me sujei e porque tudo pareceu tão bem quando eu o fiz.
Realizar atos sem sujeira não traz conseqüências suficientes para tornarem-se inesquecíveis... Por isso há poços em que ainda quero cair, são bons demais para serem ignorados.

Porque a primeira longa jornada começa com o primeiro grande tropeção.

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