sábado, 25 de abril de 2009

The Sound Of Silence

18 de setembro, 1999.


Olá, claridade falha, minha antiga amiga. Mais uma vez eu paro por aqui, querendo conversar.
Coisas aconteceram, e poucos notaram que o céu já não é o mesmo. Como podem? Ele perdeu sua cor e as nuvens estão fazendo um motim, formando grandes buracos negros. Onde minhas palavras e pensamentos ficaram presos. E por quê? Não sei de onde tiro forças, mas sei que ela vem de algum lugar... Será de alguém? Será que só depende de mim?
In restless dreams I walked alone.


14 de Novembro, 1999.


Andar sem o peso da minha sombra tem facilitado. Sozinho.
E então por que o vazio bate em minha porta? Ignoro, mas ele continua lá, esperando que eu dê motivos para ele ir embora. Eu abraço-o. Fico oco como uma pequena pedra; eu sou uma pedra.
Tudo tem sua vantagem, mas isso não significa que as coisas agradáveis não saibam se esconder. Admito que são as mais difíceis de achar, mesmo que de uma forma superficial, sejam as menos complexas.
As coisas ruins pulam em cima do que estiver perto; desesperadas por algo para destruir, consumir... Apodrecer.
But how many times can I walk away?


25 de Dezembro, 1999.


Vejo-me saindo de casa, andando para qualquer lugar que meus pés queiram. Sentei naquele banco, ocupando o seu lugar. Melancolias, cigarros... Só mais um jeito de esconder a minha cara.
Sinto algo no meu ombro. Talvez seja você querendo seu lugar novamente, ao meu lado, ou qualquer um que passou e percebeu que eu não pertencia a aquele banco. Movimentei o rosto para o lado e senti novamente; vento. Era só isso.
Vento que traz o pó do que sobrou de nós dois, de mim. Ruínas que ainda queimam. Mas do que isso importa?
Verifico o meu pulso: continuo vivo. Sangue, sangue... Estourou.
Cause I just want you here tonight.


Primeiro de Janeiro, 2000.


Hoje é o dia de esperar. Acontecer ou abandonar. E por que a droga dos artifícios? Eles não formam o que deveriam... Vejo seu rosto com olhos que abanam o adeus.
Treinando para a ida ao caixão, será que os passos estão lentos demais? Ninguém vai me acompanhar, ao não ser o som do meu silêncio. Chuva... As gotas me acordam.
And whisper'd in the sounds of silence.


Primeiro de Abril, 2000.


Dia que irei acordar as mentiras, reviver as mágoas que você tanto soprou em meus ouvidos.
Era tão pálida que fiquei surpreso com a mudança que veio com os anos perto de mim. Bochechas rosadas, oh, suas bochechas rosadas. Tão minhas!
Olho-me no espelho e tento concluir perguntas; porque respostas não parecem satisfazer mais meu apetite por mortalidade.
Por que virei o que sou? E pela primeira vez tive uma resposta simples, certeira e que sufoca até hoje.
'Cause you're my thrill.

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